De meu apenas um baio Que me valia por muitos Pois nele encurtei distâncias Que já ficaram pra trás (Minha pose domingueira Se retratava no ruano De cacho atado a meu modo Com ares de capataz) Montado, me parecia Ser dono das sesmarias Onde meus olhos gaudérios Varejavam sem fastio (Quando eu bancava na rédea Para matear em silêncio Lembranças de outras pousadas Me faziam desafio) Algumas diziam coisas Que eu mesmo quis esquecer Outras ficavam caladas Velando minha solidão (Eu, sem querer, muitas vezes Bombeando a espuma do mate Senti meus olhos pesados Pingando ausências no chão) Volteava meu baio ruano Buerana como só ele E recortava os caminhos Que por capricho elegi (E nessa marcha batida Esqueço o último pealo Por isso devo ao cavalo Por ter chegado até aqui)