Minha capa flor de buena Não bandeia nem por nada Meu aconchego campeiro Companheira de tropeada Que guarda histórias antigas E topa qualquer parada Quando o tempo se prepara Pras bandas do chovedor Deixa que venha, la pucha! Eu sempre fui chegador Taureio chuva e trovoada Com flecos do tirador Na garupa do meu baio Aprendeu baldas e manhas Se campear algum soluço Vão encontrar nas entranhas Porque essa capa gaúcha Testemunhou mil façanhas Capa que já me serviu No costado d'algum brete Às vezes acompanhado Num frio de arrepiar o topete Não tem nada, nem que tenha Nem que chova canivete Quando durmo campo fora Na cama dos meus arreios Com minha capa ideal E um chapéu barroso feio Me sinto bem mais gaúcho Qualquer inverno taureio Quando o pealo for daquele De rebentar a ilhapa E escapar com os arreios Desta vida flor de guapa Me permitam esse luxo De viajar com a minha capa