Teixeirimha se prepara Vou entrar no teu terreno Eu cheguei prá tudo ou nada Hoje sou eu que ordeno Da maneira em que te encontro Tu hoje és café pequeno Prá ser bem franca e sincera Tu disse aí que eu já era Me transformei num veneno Te transformou num veneno Chumbo grosso vem aí Bota raiva nessa moça Parece que vai me engolir Mas pode ficar sabendo Não tenho medo de ti Te agarro pelo pescoço Jogo lá em mato grosso Na boca da sucuri Na boca da sucuri Nem disso eu tenho medo Hoje eu quero o teu pescoço Prá torcer ele mais cedo Te afrouxo dente por dente Te quebro dedo por dedo Quando tu chorar de mágoa Faço um buraco na água E enterro o teu segredo E enterra o teu segredo A moça está violenta Mas prá me vencer cantando Tem que comer mais polenta E na oficina da rima Tu tem pouca ferramenta Se eu me tornar violento Faço um buraco no vento Enterro o que tu inventa Enterra o que eu invento Aí te dou prejuízo Boto fogo no teu ninho Desmancho teu paraíso Acabo com a tua fama Não me responsabilizo Já te dei muito carinho Mas hoje só tem espinho No lugar aonde eu piso No lugar onde tu pisa O teu espinho eu combato Vou secar tua lagoa E botar fogo no mato Assim como és ingrata Eu também sei ser ingrato Tu prá mim foi um tesouro Mas hoje por desaforo Despedacei teu retrato Despedaçou meu retrato Eu sei que tu me odeia Quem cantando não me vence Enloquece e sapateia Vira cambota no ar Bate com o lombo na areia Se levantar eu te empurro E novamente eu te surro E não me faz cara feia E não me faz cara feia Mas é linda a minha cara E tu tens que respeitar A distância que nos separa Rosto belo igual ao meu Neste mundo é coisa rara Sou homem de muito preço Cada vez mais encareço Quando a inflação dispara Quando a inflação dispara O cara é mesmo cabola Será que não te disseram Que tu parece uma esmola Dada de mau coração Por um lacaio frajola És feio igual à tristeza Que ofusca a minha beleza E o meu corpo de viola E o teu corpo de viola Mas de viola quadrada Me prometeu chumbo grosso Até agora eu não vi nada Quero mostrar minha idéia Mas a tua está cansada Assim para o teixeirinha Tu é caldo de galinha Prá pessoa adoentada Prá pessoa adoentada Aí é que tu te engana Não estás correspondendo Minha raiva minha gana Ficaste que nem macaco Aí comendo banana Já afundei tua barca Já mostrei que sou monarca E tu não sai da cabana E eu não saio da cabana A resposta vem agora Prá que sair da cabana Se não ten ninguém lá fora E aceite o meu conselho Diga adeus e vá embora Procurar quem cante pouco Porque comigo é sufoco Não tem dia e não tem hora Não tem dia e não tem hora Não tem hora e não tem dia Custaste mas tu chegou Bem no lugar que eu queria A morte não marca tempo E agora tu te arrepia Eu sou pior que a morte Canto mais que a própria sorte Te levo prá campa fria Me leva prá campa fria Não nasci prá ser presunto Sei porque quer me matar Por isso é que eu nem pergunto Tu queres ficar sozinha E ser a rainha deste assunto Não pega a corda do sino Porque hoje eu extermino Tua fábrica de defunto O rapaz da gravadora Pelo jeito é um bom moço Deu sinal que nós parasse Que o disco está um colosso Vamos nos pegar lá fora Só prá ver quem cai no poço Nós os dois ninguém convence Sem saber quem é que vence O desafio do chumbo grosso