Abre esta sanfona, Mary Terezinha Abre a sanfona, Mary Terezinha Vou contar tudo que aconteceu Naquela festa de um amigo meu Lá na cidade dos canaviais Primeiramente uma dupla famosa Cantando prosa não tinham rivais Já apelei pro verso rimado Ficaram de lado e não cantaram mais Ai, ai, ai, ai dupla que eu quebro Não é a primeira e lobisomem É só em sexta-feira e neste Bicho eu não creio jamais A meia noite chegou um trovador Indio pachola do nariz torcido Me fez um verso feio e atrevido Já respondi no meio do salão Eu já ouvi uma salva de palmas Perdi a calma mas com educação Fiz o caboclo tastavilhar na rima O povo por cima deu a confusão Ai, ai, ai, ai tiraram ele a toque de caixa Pulou janela perdeu a bombacha E eu guardei ela por recordação Moças bonitas que tinha na festa Fizeram o cerco e eu fiquei na roda Disseram moço nos cante outra moda Falou meu pinho já bem afinado Cantei pra elas no estilo gaúcho Verso de luxo bem apaixonado Ao terminar uma falou assim Responda pra mim se é solteiro ou casado Ai, ai, ai, ai moça bonita eu já me casei E se eu não fosse cumpridor da lei Nós já falava com seu delegado De madrugada um cabra valentão Botando banca de conquistador Chamou a Mary de uma linda flor Pra perto dela ele deu um passo Pra perto dele um passo também dei Só não falei porque perdi o compasso Toquei-lhe a perna rolou no salão Do meu violão só restou o braço Ai, ai, ai, ai fecha a sanfona Gaúcha morena A noite toda seria pequena Pra cantar todas As proezas que eu faço