Eu não sei mesmo quando é que eu vou morrer Pois não se sabe a hora nem o momento Por não saber que a morte não tem dia Já vou deixando prontinho meu testamento Meu testamento de morte é este xote E os meus parentes que prestem bem atenção Ponha este pinho meu amigo e companheiro Junto de mim dentro do mesmo caixão Por ser gaúcho muito homem mulherengo As minhas mãos não amarrem numa fita Eu quero elas agarradas numa trança Da cebecinha de uma chinoca bonita Essa chinoca bonita é uma serrana E dessa China não quero choro nem vela E a maneira da mortalha que escolhi Que quero ir enrolado na saia dela Por gostar tanto de mulher não é defeito Isso é herança que meu velho pai deixou Os meus parentes cumprindo meu testamento Muito feliz quando a morte vir eu vou Não pode haver coisa melhor pro finado Ser atendido com as coisas que provoca E viajar para a última morada Bem enrolado na saia de uma chinoca