Quem passa lá no meu pago, vê a cruz de coronilha Bem no topo da coxilha, onde a lua com mais brilho Aclara a campa do caudilho, que escreveu de adaga e lança Nossa historia pra de herança, repontar de pai pra filho Vejo um marco improvisado, de um heroico fim de vida Pelo tempo carcomida, muita gente te ignora Junto a ti ninguém mais chora, não tens flor e nem coroa É que nem um traste a toa, por alguém jogado fora Te venero rude marco Ao te ver na campa calma Que se espelha em min’alma O xirú que hoje descansa Só a cruz deixou de herança Pois morreu sem visar lucro Defendendo o pago xucro De garrucha adaga e lança. Velha cruz que a lua aclara, pergunto de coração Quem seria esse guapo, que morreu neste rincão Nos rabiscos da inscrição, feito as pressas na coxilha Só se lê um farroupilha , que morreu por esse chão Por isso não me entristeço, ao te ver assim sem brilho Junto a campa do caudilho, que tombou valente e nobre Vale tanto uma cruz pobre, como em mármore esculpida Pra quem soube dar a vida, pela terra que lhe cobre Te venero rude marco Ao te ver na campa calma Que se espelha em min’alma O xirú que hoje descansa Só a cruz deixou de herança Pois morreu sem visar lucro Defendendo o pago xucro De garrucha adaga e lança. De garrucha adaga e lança. De garrucha...adaga...e lança.