Parece muito pouco, e no entanto Meu medo fica rouco quando eu canto E na minha garganta essa coragem Faz uma guerra santa Parece quase nada, eu reconheço Botar o pé na estrada é um começo Eu tenho tanta pressa de ser livre Que tudo me interessa As pedras do edifício, o brilho da vidraça Quanto mais difícil, mais eu acho graça As ruas da cidade, as nuvens de granizo É tudo de verdade Nas pedras onde eu piso Parece fim do mundo, água e fogo Quem tem mais um segundo ganha o jogo Eu pego na viola e me refaço Viver é minha droga Parece brincadeira, faz de conta Mas de qualquer maneira eu já tô pronto Pra descobrir meu ponto de equilíbrio Dentro do contraponto As pedras do palácio, o brilho da saudade Quanto mais é fácil, menos é verdade As ruas nos esperam, carnaval tardio As flores primaveram Dentro do vazio Parece teoria, teorema Minha filosofia não é problema Nenhuma voz é santa E o sonho acorda Na minha garganta