Eu peguei na viola de pinho lavrado E fiz estes versos muito bem rimado Escrevi tremendo, eu estava agitado De uns tempos pra cá eu só tenho penado Eu deito e não durmo e sonho acordado Do meu sofrimento alguém é culpado Ó tirana ingrata se você soubesse Um peito ferido quanto que padece O coração bate e o peito estremece O amor também mata e vós não reconhece Quando o dia finda o Sol desaparece Lembro o seu semblante, água dos olhos desce Nem na minha viola eu não me consolo Fico aborrecido aqui onde eu moro Beijo teu retrato e de tristeza choro Pra você voltar eu peço e imploro Sinto grande dor e nunca melhoro Por eu ser desprezado por quem eu adoro Quando amanhece lá no meu sertão A maior angústia é a solidão Por que, meu amor, tanta ingratidão A dor que eu sinto é sem comparação Se arrepender me peça perdão Que ainda é seu o meu coração