Quem pensou Que era pra nunca mais E viu o trem da história Que passava sem memória por nós Por entre um cemitério E seus túmulos abertos Sem retina Na queimadura que contrai O seio de uma bailarina Que desfaz o nervo genocida De uma ideia primitiva Subdesenvolvida De um torturador Quem falou De um dos problemas meus De achar um tanto estranho O filho do Diabo falando em Deus De ver um tribunal Onde o bandido é quem julga À família Um pensamento sórdido Escondido em longa letargia De cinismo, hipocrisia Farsa, demagogia Tirania que devia ter morrido De inanição Quem andou Sem saber por onde andar E assistiu embasbacado um teatro Que foi de horrorizar Um parasita e seus pares Bebendo toda água suja Ensandecida Fazendo mercadoria até dos vermes Que tem na barriga Nesse atalho provará da sua navalha Seu canalha Que lhe valha esse raio que o parta Seu canalha, seu ladrão Quem então Chegou a acreditar Que o fruto da terra contaminada Poderia germinar Que o capim de superfície É a própria erva daninha Que isso sirva Pra saber que o caroço do inço Não dá margarida Ser agora um vigilante E com fome de justiça no semblante Pronto pra qualquer instante Ver o circo desabar