O aroma é o sumo verde-água do lugar Pés descalços descobrindo esse novo planeta Trilhas marimbondas te conduzem ao caminhar Te molhar se vacilar na pedra escorreguenta Entre mutucas, formigas, jaós, jatobás Há um ser enchendo o universo de ternura Com a sensação de habitar outro planeta Quando você ver uma vai saber que viu a borboleta azul Já de longe ouvimos a cachoeira derramar Vale a ansiedade de esperar passar cometa Arcos coloridos tingindo seu serenar Faz nos sentir perto de Deus longe dos capetas Entre lambaris, corvinas, garças, jacarandás Se impressionar tornar-se mera criatura Com a sensação de ter avistado um cometa Quando você ver uma vai saber que viu a borboleta azul Quer ver mistério espere só a noite chegar O luar, o som do mato faz com que se entenda Urutaus, curiangos num sinistro gorjear Faz sentido porque os índios não diriam lendas Entre iaras, sacis, caboclos d'água, boitatás Verás que o mundo urbano é o que mais te perturba Uma fogueira só não espanta as estrelas Se amanhecer com sorte e verás voar a morpho aega A magnífica borboleta azul