Nos jornais empacotados Os problemas estampados Greves fazem atrasados Das escolas retirados Da cantina eles olham pra você Enquanto passa na TV Que o seu bairro foi atacado Seu ônibus incendiado Fale pro Pete que as crianças não estão tão bem assim É só uma falha ordinária Uma crise universitária E até mesmo meninos do maternal Da creche municipal Sabem que tem algo de errado aqui E os garotos do ensino fundamental Que as 13 almoçam arroz com sal E dividem um livro entre si Já tem certeza que o Pete errou As crianças não estão tão bem assim Na surdina, um estuda outro morre Medicina pra uns, outros mais um corre Congressistas que só lembram de seus filhos E amanhã prendem o moleque que puxou o gatilho E os que dão dão, os que dao dao Esses que dizem que dão, são os que não dão Saber quem são, e os que dão dão Roubar merenda e vender droga, que situação Levar dinheiro na cueca e não pedir perdão Clamar a dor e violência e se dizer cristão Fazer o povo acreditar que o sangue no chão É solução As suas ideias na cabeça dão um nó Na internet viram pó Não sabe em que crer mas sabe ler Fica difícil pensar fora dessa box Enquanto batuca seu inox Na janela da varanda gourmet Pois no subúrbio o silêncio ecoou O Sol nem levantou Mas eles já Ora por balas Ora despertador