Sou Voz Operária do Tatuapé Canto enquanto enfrento o batente co'a mão Trabalho no ritmo desse Chamamé Meu pouco Salário faz minha ilusão Sou voz operária do Tatuapé Vivo como posso a me deixa o patrão E enquanto respira dessa chaminé Meu povo se vira e não vê solução No teatro da vergonha aonde a vedade não se diz Tem quem representa a massa, quem ri da desgraça E quem banca o infeliz Tem até burguês que sonha que entra em cena e engana a atriz Tem quem sustenta a trapaça e depois que fracassa amordaça o país Tem quem sustenta a trapaça E depois que fracassa, Amordaça o país. Já meu drama é o da cegonha... quase morre o meu guri... Sobra pr'o Leste a fumaça e a peste ameaça O ar do Piqueri Pior que a matança medonha é o desemprego pra engolir... Seja no peito ou na raça, esse teatro devasso Alguém tem que proibir... Seja no palco ou na praça Essas peças sem graça vão ter que sair. (sair de cartaz...) Sou voz operária...