Meu sertão querido, meu solo bendito Por Deus no infinito foste abençoado Sinto-me orgulhoso por haver nascido Nos campos floridos do teu seio amado Hoje tão distante aqui na cidade A ansiedade me obriga a voltar Não suporto mais a malvada saudade Que vai me matando sem ter piedade Amanhã cedinho terei que embarcar Ao me aproximar dos seus horizontes Seus rios e montes tornarei a ver Contemplar direito as suas belas fontes Onde eu me banhava ao entardecer Por entre as palmeiras ao pé da colina Por uma menina que ali conheci Sei que ao passar irei chorar baixinho Ao sentir a falta dos doces carinhos Dessa flor tão pura que um dia perdi Ao rever de novo a velha palhoça Nos montes da roça onde eu morava Sentirei vontade em voltar ser menino E pelos atalhos ficar ouvindo O carro de boi que tão triste cantava Deixo as ilusões e as fantasias Luxuosas vias de marcha e progresso Regresso ao campo deixando a cidade Porque a saudade carrego em excesso Por essa partida a tempo eu luto Pois sou um matuto e me orgulho demais Porém reconheço que não sou tão culto Mas represento os mais belos vultos Mantém o Brasil em vários pedestais