Eu tenho cisma, tenho tempo Pra escrever meu testamento Vou deixar uma coroa de espinhos dourada, italiana De última geração Eu não possuo nem um teto, tenho pai, mãe e neto Minha fé é de concreto Sei errado faço certo e agora? Virei babão E a santidade da igreja, me comove, da tristeza Ligo pro pastor Que insanidade, que frieza, estuprar é uma beleza O papa é estuprador Se o céu aceitar cheque, eu vou também Eu nunca fui no mar vermelho Te condeno, sento, e sigo Passo a manhã no espelho Encarando o inimigo E a noite, viro seu fã Eu nunca vi um homem honesto Nem de longe, nem de perto Nem de cima, nem de baixo Nem no bucho, nem um feto E agora? Virei ladrão