Mais uma lua negra chegando os portões estão sendo abertos Feras com asas densas se exibem numa mão uma carta de amor na outra uma espada de dois gumes Sorrisos comprados memórias apagadas Figuras famintas olhos sempre abertos O traçado frio causa um enorme vão Os mestres da cobiça mesmo estando parados geram intenso motim Nas escadas da honradez não há corrimão mas há sempre aqueles que os carregam nenhum punho será erguido nenhuma boca será aberta Vendo sempre as legiões passarem percebe-se uma leve falha no sistema Um pequeno garoto sórdido com um pote de blasfêmia nas mãos tenta desviar as atenções e a putrefação passa despercebida E continuam eles imóveis mas seus espantalhos avessos estão trabalhando fazendo acepção de vidas enxugando corações mortos Todo chão que pisam Tudo que tocam se torna falso nem mesmo bocas de lobo querem sentir seu gosto amargo Sem nenhum movimento Sem nenhuma suspeita planos controladores são escritos Pergaminhos de seda a dois palmos de uma fogueira aflitiva Eis os que foram contaminados pela cólera de um efêmero deleite São as mentes que logo irão esquecer os olhos que deixarão de ver mas as cabeças sempre se exibirão Por um grande caminho vai-se fazendo história Discursos receosos ouvidos esperando por música alegre só um silêncio então pouco antes da tomada final Todos sabem o começo alguns conhecem o decorrer Os mestres parados exibem seus dentes o que seria um coração para eles Por um desleixo se pôs a perder