João Valentão é brigão Pra dar bofetão Não presta atenção e nem pensa na vida A todos João intimida Faz coisas que até Deus duvida Mas tem seu momento na vida É quando o sol vai quebrando Lá pro fim do mundo pra noite chegar É quando se ouve mais forte O ronco das ondas na beira do mar É quando o cansaço da lida da vida Obriga João se sentar É quando a morena se encolhe Se chega pro lado querendo agradar Se a noite é de lua A vontade é contar mentira É se espreguiçar Deitar na areia da praia Que acaba onde a vista não pode alcançar E assim adormece esse homem Que nunca precisa dormir pra sonhar Porque não há sonho mais lindo do que sua terra Quem quiser vatapá, ô Que procure fazer Primeiro o fubá Depois o dendê Procure uma nêga baiana, ô Que saiba mexer Que saiba mexer Que saiba mexer Bota castanha de caju Um bocadinho mais Pimenta malagueta Um bocadinho mais Amendoim, camarão, rala um coco Na hora de machucar Sal com gengibre e cebola, iaiá Na hora de temperar Não para de mexer, ô Que é pra não embolar Panela no fogo Não deixa queimar Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô Se faz um vatapá Se faz um vatapá Que bom vatapá