Ouvi, à sombra de uma cidade empedrada no coração O som da sorte, na boca sem dentes de um Deus de pedra-sabão Eu embarquei numa balsa de fundo falso E acordei na restinga tonto e descalço Do delta do Perequê À fonte do Tietê Eu desafinei a corda do cadafalso Chamei o Coxo, no breu queimado da quebra do chapadão Selei contrato, infinito que se adivinha na palma da mão Eu me apaixonei na feira de Montes Claros Uivando, e o corpo cheio de carrapatos E quase morri de amor Meu topázio furta-cor Mas desencantei no banho de Santo Amaro Línguas plutônicas no teu sorriso mudo Orogenia dos meus desalmados rumos Ó! Desaventurar os sertões em céu de anil Eu troco essa turmalina por mais um trago Virado em lugar nenhum Vermelho de urucum Prostrado na palafita esperando o rapto