Suntizil

Denouement (part. Rafal)

Suntizil


Sabe quando você sente o caos formando?
Era eu e Lucas na calçada escura
É Natal, pisca pisca vermelho na direção
E o foda que eu sou a cara da dura mano

Eu tava com a mochila com caderno dentro
O fardado perguntou se eu era escritor
O tom de deboche eu percebi
Nunca acostumei chamar eles de senhor

Só Deus lá no céu, que me guia até o topo da cadeia alimentar
A intenção de fazer rap hoje é melhor me alimentar mas te falar
No outro dia ainda tinha que trabalhar
Menor que tava na parede comigo vendia pó
Deu jeito de deixar o flagrante no momento exato
Ainda bem ia geral de ralo, tinha passagem por roubar armado
E eu, nada ver com a porra da situação
Sendo chamado de usuário
Levando o caralho
5: 00 Da manhã fazer rosquinha
5 Da manhã fazer rosquinha

Fui pra casa agradecendo
Por não ter que ligar pra minha coroa da delegacia
É engraçado, é Lucas free, 2013
Realidade presente em cada linha

Underground é aprendizado
Marginalizado
Underground é preto pra caralho

Pelos versos enceno, insano
Sujeiras obscenas que você não tá enxergando

Pelos versos tô bolando planos
Babylon mestre dos planos que vão te moldando

Trabalho bem feito, sem erro
Jogo de equipe que nos deixa em desespero
Ainda é tempo
Mexa a peça
Embaralha as carta
Não prega mais peça
E vem pra nossa barca
Cansei das reclamações sem êxito
Tá fora de quesito
Os mano eu pilho pra que não desviem
E acertem o caminho
Não tô por ser recompensado
Cês entendem tudo errado, e isso
É fato pô

Nas terras que transcendi
Não trafego mais
As prezas que realizei
Dessas aproveito poucas
Poucas

Nas terras que transcendi
Não trafego mais
As prezas que realizei
Dessas aproveito poucas
Poucas

Canso de migrar à outras fazes, jogam confetes
Parece até que gostam, mas são falsos
Tudo remete a um macete
Tudo remete a um macete
Olha quando somos invisíveis

Hierarquias impedem que vejam
Acendi, fumaça sobe, se move
Conforme o ritmo
Digno de passagem?
Nem minhas prezas
Não paguei a passagem
Fui de focus preto
Prata no peito
No porta malas um estoque de nada
No porta luvas um ferro carregado de culpa