Tempo que eu fui boiadeiro Foi um tempo divertido Mas eu tenho uma passagem Que não sai do meu sentido Certo dia viajando Pela estrada distraído Quinhentos conto eu trazia De um gado que foi vendido Na hora que eu dei por fé O dinheiro tinha perdido Dois menino inocente Por ali vinha passando O almoço pro seu pai Com certeza ia levando Acharam aquele dinheiro Contente foram guardando Quando me viram na estrada Por todo lado campeando De bom gosto os coitadinho O dinheiro foi me entregando Quando eu peguei o dinheiro Nem sei como agradecia Dei dez conto pros menino Porque eles bem merecia Quando eu dei o dinheiro Teve um sujeito que via Dali eu segui viagem Mas daquilo não esquecia O que ia acontecer Meu coração pressentia Quanto mais eu viajava Mais ficava contrariado Resolvi vortá pra trás Pelo destino mandado Palavra que até chorei Vendo o que tinha se dado O tal matou o menino Dinheiro tinha roubado O outro inocente chorava No irmãozinho abraçado Onde o caminho encobria Ainda pude avistar O malvado assassino Correndo pra se livrar Risquei meu burro na espora E dei em cima pra pegar Numa cerca de arame Quando ele quis atravessar Eu lacei esse bandido Como laça um marruá Dali pra delegacia Levei o tal amarrado E o menininho morto Nos meus braços carregado Levei o seu irmãozinho Pra prová o que foi se dado O meu laço justiceiro Entreguei pro delegado Pra servir de testemunha Daquele triste passado