(Meus senhores e senhoras Vou lhes contar uma história Singela e cheia de dor História triste e comprida Conta a morte e conta a vida Do caboclo Beija-Flor Beija-Flor era um violeiro Que cantava no terreiro Da fazenda Chapadão Vivia alegre e contente Querido por toda a gente Ali daquela região Mas como tudo é fumaça E na vida tudo passa Sem deixar um rastro sequer Esse moço tão querido Viu seu destino perdido Pelo amor de uma mulher Para a sua infelicidade Veio um dia da cidade A filha do fazendeiro Moça fina e de talento Que garrou por fingimento Conquistá aquele violeiro Sem saber de sua vida Que era noiva prometida Beija-Flor se apaixonou Um caboclo apaixonado Traz seu destino amarrado Nos braços do seu amor Bem razão tinha o caboclo Se seu amor foi tão louco A ponto de se perder Pois a moça era bonita Era linda sinhá Rita Linda igual a flor do ipê Quando soube da verdade Que veio lá da cidade O noivo pra se casar Beija-Flor ficou calado Mas sentiu amargurado O seu fim se aproximar Morrendo de amor por ela Foi armado na capela Escondido ficou lá Coração bateu de arranco Vendo a Rita de branco Que acabava de casar Lamentando sua sorte Aquele caboclo forte Nesse instante ali chorou Vendo seu sonho desfeito Sentiu uma dor no peito E sem forças lá tombou O cortejo ali passava Ele ainda agonizava Contorcendo-se de dor Quando a Rita ele viu Do mundo se despediu O caboclo Beija-Flor