Quando a noite Vem caindo de mansinho Tal e qual ave sem ninho Entristece o peito meu Sento num toco Lá pertinho da porteira Olho pra velha paineira Solitária como eu Ali sozinho Num cruel padecimento Eu revivo em pensamento Minha doce mocidade E os janeiros Que ficaram na distância Só deixaram por lembrança Tristes rastros de saudade Somente a Lua Que conhece minha história E na sua trajetória Vem trazer-me seu clarão Amargurado Recordando minha vida Minha alma comovida Chora em forma de canção Meu coração Foi a mais linda fazenda Abrigo de muitas prendas No calor da ilusão Mas a velhice Que a gente não espera Transformou numa tapera O meu pobre coração