Tomei o avião, subi no espaço Da ave de aço pude contemplar Largos horizontes nos confins da terra Planícies e serras, os rios e o mar Eu vi lá do alto montes e baixadas Caminhos e estradas rabiscando o chão Vi bandos de aves passarem voando E fui contemplando toda a imensidão Vi campos e lagos de águas tranquilas Cidades e vilas e povoação Enquanto voava fui admirando As nuvens passando do norte pro sul Embaixo o verde tapete terrestre No espaço celeste o tapete azul Voei onde a nuvem silenciosa dorme Fronteiras enormes de mares cruzei Senti nas alturas a paz divinal A calma espacial sem ódio e sem lei Estrelas beijaram os cabelos meus Da casa de Deus mais perto cheguei Eu fiquei pensando se era possível Um dia o terrível poder nuclear Destruir a terra e o homem na queda À era da pedra tiver que voltar O homem que teve de Deus o poder E o dom pra fazer inventos assim Vestiu nosso globo das cores mais belas E fez desta terra um grande jardim Agora cansado do velho brinquedo Sem pena e sem medo deseja seu fim Na ave de aço feliz eu voltei E pude outra vez a terra pisar O mundo mais belo no espaço suspenso De todo o imenso sistema solar Vivi por um dia sublime ventura Sonhei nas alturas um sonho real Foi Santos Dumont, audaz brasileiro Quem voou primeiro no azul celestial Ele inventou a ave de aço O primeiro passo da era espacial