Dê um jeito de lavar essa cabeça De um modo que água leve as preocupações Essa noite passe um pente nos cabelos Se ajeite bem direito, regule as pulsações Dê um jeito de agir sempre correto De um modo que você ganhe as atenções Meça passo, palavra, gesto, diga a todos Que não presto, despertando as emoções E me mate com u'a só punhalada Desça correndo a escada, põe a culpa nos ladrões Faça cena, faça pose de inocente Arreganhe bem os dentes, desfazendo as impressões Me procure depois noutros amantes E estará, como antes, sozinha com seus botões Desse jeito eu vou perder minha cabeça E ainda não estarei livre das preocupações Todo dia essa comida com cabelo Permanente, natural, recheado de loções O seu jeito de agir, muito correto Não lhe esconderá no rosto as intenções Não blasfema, não protesta, diz que sou O que não presta, o indigesto dos patrões E me mata com uma só punhalada Desce correndo a escada, põe a culpa nos ladrões Me dá nojo o teu passado, o teu presente O meu sangue nos teus dentes e, na faca, as impressões Me procura depois noutros amantes Querendo braços de antes, sozinha com teus botões