(Declamado) Gorinho era tão criança Mais pro pai jurou vingança Naquele mesmo lugar E pra Ubatuba desceu Mais depois que o pai morreu Na cruz não quis mais passar. O Gorinho ficou moço Tinha um lenço no pescoço Presente que o pai lhe deu Não tinha mais alegria Pois esquecer não podia O lugar que o pai morreu Uma tarde na vendinha Que ainda existe na Prainha O Gorinho tava lá Chegou um caboclo trigueiro Com jeito de trapaceiro Sem ninguém cumprimentar. Foi gritando pro vendeiro Me veja tudo ligeiro Que subir a serra eu vou Gorinho olhou bem pra ele Dia feliz era aquele Reconheceu o traidor. Gorinho foi la pra serra Só adonde a pintada berra Na cruz de ferro sentou. E não tardou na demora Subindo pra serra afora Vinha vindo o traidor. Vim te esperar aqui no morro Não sou ladrão nem cachorro Eu to aqui é pra te matar Eu sou o Gorinho; Conhece? E o punhal ligeiro desce Brasílio ficou no lugar. O sangue ainda tava quente Da camisa do valente Rasgou um pedaço molhado Pediu perdão pra Jesus E disse botando na cruz: Meu pai... você tá vingado.