Palavras para quê? Se todo presidente tem o seu comício Se continuo sempre a descer No mesmo precipício Sei que é o início De uma longa caminhada Onde eu posso ganhar tudo Ou acabar sem nada Mesmo assim sigo voando, imaginando O mundo com que eu vou sonhando Sempre andando arduamente Criticado por muita gente Mas olha bem para o teu vizinho de frente Pois não lhe és indiferente Passo a passo é assim que traço O desenlace da minha vida Pode até ser oprimida mas sou eu quem causa a ferida Esta sociedade Onde já nada mais, será, uma verdade Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Se todos já são homens feitos Se todos têm maturidade para assumir os seus defeitos Sei que é o início De uma longa caminhada Onde eu posso ganhar tudo Ou acabar sem nada Mas a vida é controversa Nada começa Nem nada acaba, mesmo assim faço-me à estrada Com uma mão cheia de nada Mas contudo considero-me um sortudo Por ter na vida um pouco de tudo E não ser um corpo mudo Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Se toda a sociedade perdeu a dignidade Se cada um de nós Não passar de mais um covarde Sei que é o início De um longo roteiro Mas nem tudo na vida se baseia no dinheiro Mesmo assim sigo sem receio Em maré cheia de entulho Pois espero um dia ver na vida uma sociedade que me orgulhe Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê? Palavras para quê?