Do tempo em que eu não existo Na casa onde você mora Nem tão longe que eu não veja Nem tão breve que eu não sinta, que eu não sinta No encalço dos seus passos Risco e traço a sua imagem Nem tão bela que eu não toque Nem tão lenda que eu não tenha, que eu não tenha Hoje quero sangrar sem medo Quero destilar segredos Quero o lado escuro da lua Quero enfim ficar na sua Vou percorrendo o meu caminho O meu destino eu mesmo ato Eu vivendo a cada dia Vou te seguindo a cada fato Eu vou querer quando não tenho E você dê quando preciso Eu vou lutar pelo que penso Vou derrotar meu inimigo Vou destronar o impossível E proclamar o improvável Vou enxergar o invisível Atravessar o inexorável Eu vou pisar sobre espinhos Vou revestir meus pés de aço Vou construir um dirigível Te procurar pelo espaço Vou prometer amor eterno Mesmo que dure um só instante Oferecer o mundo inteiro Da poesia um diamante Eu vou ouvir o seu chamado Quando gritar aos quatro ventos E vou correr desembestado Até alcançar o firmamento, eu vou Eu vou