A gente sente toda dor, de quem labora com amor Pra se sustentar A gente invoca o leão, faz magia, faz canção, pra se libertar A gente sabe que a história vai ter fim Quem está no muro? Dois senhores, fio de estopim Milésimos segundos antes de explodir A casa vai cair A gente enxerga o agressor, que avança frio e sem pudor Pra nos sufocar A gente faz revolução, rimando luta com trovão pro céu clarear Esse castelo uma hora vai ruir Quem ladrilhou a estrada aos prantos, deverá sorrir Pois, lá do alto um fulminante raio vai partir A casa vai cair Todo ser tem direito ao eterno Independente da cor, gênero, credo Reivindicaremos essa conquista Ainda que o peso do azorrague Flagele nossos sonhos Ainda que nossas mães queimem nas fogueiras Ou que nossos pais sejam acorrentados em navios E mesmo que levem ao exílio, os poetas Ou que mascarem todo o ódio sob a cortina da fé Ou que bebam champanhe usando nossas moedas Nós mais uma vez levantaremos E dançaremos no alto da montanha E nossa avalanche cairá sobre vós! E poderemos pensar E amar livremente Há gente isenta de saber que usa o cetro do poder pra discriminar Há gente comprando razão, manipulando opinião, no silenciar Na resistência nossa voz vai eclodir Quando for posto o prato, fel, vocês vão engolir Nós somos muitos, ninguém vai nos impedir