Sonido del Alma gaucha

Romance do Sombrão

Sonido del Alma gaucha


Nesses pagos da fronteira um sombrão é um boca-aberta
Destes que ficam parados na hora em que a coisa aperta
Tem um conhecido meu, que é bem assim deste jeito
Meio sonso meio tonto, mas no fundo um bom sujeito

O sombrão se foi pra um baile lá no bailão do reponte
Pilcha nova, chapéu torto, com a mesma cara de "ontonte"
Ficou olhando uma linda, com uma renda no vestido
Como quem cuida pra o nada buscando algo perdido

Ela de longe lhe olhava e lhe dava cada "vistaço"
E ele nem percebia, com a aquele olhar de "mormaço"
Jeito de sono no baile e a linda, assim, lhe querendo
Numa estampa de borracho que nem sequer tá bebendo

Só faltou a moça linda tirar o sombrão pra dançar
E ele nem fazia causo, contando a tarca na trança
Ela chegou bem pertinho, fez um sinal que queria
Levantou um pouco o vestido mostrando o que não se via

Ele pediu outra fanta, fez menção de chegar junto
Mas lhe faltou a coragem e um bom motivo de assunto
Achou melhor nem trovar, que a moça era muito linda
E ela estendia os seus olhos, pra ele, com "boas-vindas"

E o baile foi se findando bem como tinha iniciado
A moça querendo a coisa e o boca-aberta sentado
Por isso que nestes pagos é assim a proporção
Tem muita moça solteira porque tem muito sombrão

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