O Touro por rebeldia, O gaucho por ideal Três tauras em ventania Tronaram cascos sem igual Brotaram então três cruzes, Fim dos gauchos o manancial. Provocando gaucho e potro Refuga o touro o rodeio Tronaram cascos no varzedo Ramgem bastos, espora e freio Levanta o laço em sentença Prenunciando o tombo feio. Se foram lavrando a lonca Da costela da coxilha Teria vencido o gaucho Se não rebenta a presilha E ele ficasse solito Com seu parceiro da encilha. Naquela fúria terrunha Três tauras em ventania O touro por rebeldia O gaucho por ideal Ao potro restou o encontro Pra dentro do manancial. Batalharam olho a olho Soltando chispa ao mirar Mesmo na pampa sumindo Nenhum pensou se entregar Brotaram então três cruzes Aos gauchos eternizar. Abandonaram a cacimba Que avia na corticeira Cercaram as cordas de espinho E não deixaram porteira Vieram pedras as cruzes Aguapés e pitangueiras. Moldando o quadro grotesco Da batalha o que restou? Fantasmas que a muitos gauchos Até de dia assustou E há tempos quem conte assombrado Que o olho d'agua secou.