Tento manter em mãos indecisas os cacos de vidro da minha alma. A luz cega também os olhos fechados. Não há realidade, só medo e traumas. Um lapso em minha mente flui. Sangue que eu perco todo dia. Troco minha vontade por sal e meu suor por mais-valia. Ao controle me devoto. Vício. Dose diária. Me rendo a ditadura do instante e compro uma vida ordinária. Na prisão da mente então plantei um Sol, mas sua luz azul e fria me cortou São tantas idéias imprecisas. Nenhuma delas parece verdade. A forma que encanta é a que mais escraviza. A Mídia me nega a humanidade. Tudo que desejo ser já fui. De sonho em sonho a vida se esvai. Meus desejos, de quem então serão? Nessa hora a mente nos trai. Medo e raiva geram consumo e a ilusão de aplacar a dor. Necessidades em segundos, até que a vida seja rancor Na prisão da mente então, plantei um Sol Mas sua luz azul e fria me queimou. O tempo escorre entre meus poros sem morrer. Mãos atadas, nervos rotos, paz enfim.