Deus onipotente de poder profundo Que fez desse mundo, ó, santo cordeiro Dai-me inspiração com toda origem Que eu falo da Virgem Santa do Cruzeiro Josefa seu nome saiba pessoal filha De um casal nobre importante digo Com certeza a todas as plateias Seu Faustino Enéias, Ana Cavalcante Saiu da fazenda com contentamento Com consentimentos dos queridos pais E as três irmãs lhe acompanhando nem Ia pensando que não vinha mais Saíram as quatro bem devagarzinho Seguiram um caminho sem sentir canseira A fim de apanhar quixaba no chão E a perdição foi na quixabeira Dia 19 de outubro é a data ela entrou Na mata por baixadas e xais o destino Cruel e a sorte mesquinha separou Zefinha De suas irmãs Três anos e três meses tinha a inocente Olhar transparente pele colorida, Virgem Sem pecado saiu soluçando, sozinha Andando na mata perdida A mãe perturbada sentido amargura saiu A procura da filha adorada, e o manto escuro Da noite chegando e ela encaminhando Sem encontrar nada Com ar de loucura de tanta agonia já no fim Do dia saiu na cidade, dizendo meu povo Queira me ajudar Vamos procurar com fraternidade Toda multidão saiu procurando, a mãe Soluçando bastante sofrida, enquanto a Criança já fora de hora pela mata a fora Chorava perdida A brisa soprava alta madrugada e ela Cansada sem mais suportar o rosto molhado De sereno e pranto, sem achar um canto Para se deitar E na terça-feira já cambaleando a fome Atacando e quase despida, dizia sou Virgem Com fome e com sede, sem cama e sem rede Sou desprotegida Uma hora da tarde já na quarta-feira o Sol E a poeira sobre o seu corpo, sem ter Companhia a sede atacando, a fome matando Ali faleceu De uma palmatória desse tabuleiro Fez um travesseiro pra cabeça sua No último suspiro que grande agonia sua Companhia, era a noite é a Lua Uma autoridade ia procurando, foi logo Avistando, gritou em seguida, venha cá meu povo Não tema a ruína achei a menina Mais já está sem vida Sua mãe querida naquele momento Com o sofrimento o seu coração, cobriu-se De luto igual a viúva, desceu como chuva o Pranto no chão O pai foi dizendo, muito angustiado Deus Me deste gado, dinheiro em quantias mais Daqui pra frente tudo teve fim Nada mais pra mim dá mais alegria Aquele soldado que a mesma encontrou Ele nunca deixou de fazer oração Um dia encontrou dois laços de fitas, seis rosas Benditas, e um lindo cartão Foi vendo umas letras naquele cartão Prestou atenção emocionado dizendo é Milagre, santo poderoso, fui um canceroso E estou curado Todo pessoal ficou comentando e foi Se espalhando a noticia dela, Rodolfo Um irmão distinto senhor, ficou zelador Da sua capela E o padre Inácio, procurou agir mandou Construir por mais de um pedreiro, ficou Em arquivo, para o fim da vida e ela é Conhecida Virgem do Cruzeiro