Essa vontade imensa de nem sei do quê Pra não caber num canto só Pra não morrer na ponta aguda de outra língua Neruda empoeirado sobre um criado mudo em acaju Me toma a força e então me força a não te recusar Pra não cair na guilhotina Dessa rotina de falar pra fora de quem namora Pra não desfigurar prefiro entorpecer Na beleza que há em se esquecer de si Te amo mais que quase tudo Mais que quase qualquer outra coisa apenas E tanto faz se nada satisfaz meu ego Em alguma prosa que possa ate ser dita Essa vontade intensa de só te querer Pra não forjar teu riso, a flecha e alvo Pra não dizer no surto dos clichês Pra sufocar os verbos Quente e forte Num só corte.