Bebo na fonte do saber Dou mais um trago no cigarro Como é doce o teu perfume No teu cheiro eu me embriago Vou levando a vida mansa Não procuro mais dinheiro Tora reio na ciranda Fico tonto quando deito Fico no chão estirado Com meu sangue sem plaqueta Cospe fogo double dragon Sou pimenta malagueta Queimando neurônio, ozônio, a camada do planeta Que reveste a pele segue sempre muito seca Agora eu admito Te querer me pegou de jeito Deu teto preto Ficou foi preto Deu teto preto Viver poesia, fazer traço Voar sem asa pro espaço O olho no relógio e eu sentando o aço Lutei por mais de trinta anos, comecei de novo A velha era mudou e não é mais olho por olho Dente por dente, sai da frente que eu quero passar Eu vou passando, eu vou rasgando feito carcará E o carcará malícia pega logo, mata e come Eu aprendi com a vida a ser sujeito homem Agora eu admito Te querer me pegou de jeito Deu teto preto Ficou foi preto Deu teto preto Queima a tua língua A rua que faz festa também ensina Rastejar, pois é Meu corpo enraizado Eu sei que eu vim do alto E eu vou voltar Sei que vou Se equilibra Se não tu vai cair Gira, gira Quero te ver feliz Sigo a vida com o pouco que aprendi Eu vou me equilibrar pra não cair