Eu sou daqui, onde a vida é quase um filme de terror. Um bom lugar? Não. Da ponte pra cá Jesus chorou. É uma cadeia alimentar. Sempre existe um predador. Que tá na de pegar, descontar o rancor. Tirando o sono da quebrada, onde a paz é só uma promessa... Resta medo de morrer, vontade de correr depressa. E a barca vem, com o faróis apagados, deixa passar... Sem dar pala, pois se der, eles voltam pra te buscar. Quer saber, onde tá? Se tiver e eles achar, é bom rezar, ajoelha e pede pra Deus te salvar. Se sair vivo, tá com sorte, vai comemorar. Pois é a farda o uniforme que a morte costuma usar. E ela volta pra pegar. Com o cano embaixo da blusa. Traz sede de matar pra quem tem a mente confusa. E ela abusa. Usa a mulecada pra missão. Lotando o pente das quadrada com revolta e frustração. De menor, na função, sua cota é lutar... Sem amor, sem familia o crime pega pra criar! Promotor, tá nem aí pro que você vai falar. É sua cor que vai dizer se vão te condenar! Então faz favor, vê direito antes de entrar. Pois só na dor que a gente vê se vale a pena estar.