Tenho andado ocupado, desculpa já não te vejo à tótil Sabes como é, casa trabalho, trabalho café Sem ti fico deslocado como um autista num grupo Passo dias sempre a (?) de saco a bulir como um rato Ambos sabemos que juntos somos imbatíveis E as fases más do percurso tu tornaste-as menos difíceis Na doença, na separação tavas la como um anjo Quando acertava calavas-te ao falhar chamavas-me xanjo Enganaste-me foste filho da puta Como uma selva a minha espera quando eu saísse da gruta Eu ouvia-te falar como um aluno tu eras o mestre Treinavas-me no dojo técnicas pra me safar no teste O que é ser homem com respeito e princípios Vincar na vida, não pisar ninguém nem sermos submissos Amigos, surpreendem-te com tanta cumplicidade Pois desmentem tudo aquilo que acreditavas ser verdade A divisão traz a forca A união faz a força Essa solidão dentro de ti Só espero que ela me ouça A divisão traz a forca A união faz a força Essa solidão dentro de ti Só espero que ela me ouça Qual o sinónimo da amizade nos dias que correm Tenho a caneta como melhor amigo do homem Com rimas fiz amigos daqueles que vêm e vão Com rimas fiz amigos que até à morte restarão Tudo que é puro, é raro difícil de encontrar Valor incalculável difícil de conservar Há que estimar o que mais de valioso temos Há que guardar no coração estes fortes elos Castelos de papéis neste lugar empilhados Gravados nos meus dedos, amados e odiados Sigo os astros que me guiam, que me dão energia No dia-a-dia dou graças por toda esta magia Família que formei ao longo desta odisseia Restam os mais puros não caíram nesta teia Das modas que dividem esta tropa fiel Os conselhos, não me canso de os por no papel A divisão traz a forca A união faz a força Essa solidão dentro de ti Só espero que ela me ouça A divisão traz a forca A união faz a força Essa solidão dentro de ti Só espero que ela me ouça Fechado num quarto sozinho, desfolha um álbum antigo Um pouco mais perto da morte fá-lo sentir mais vivo Recorda amigos doutros tempos que em tempos tentou esquecer Quando abdicou da amizade em troca de um único prazer (Agora) fechado na rotina espreita por trás da cortina Já não para no café e já não cruza lá na esquina Da oficina pra casa e de casa pra oficina Em casa tem uma mesa para por o dinheiro em cima A solidão predomina, não dá o braço a torcer Quando a emoção se aproxima do interior ele foge a correr Mas sem a força do elo, o mundo não é tão belo É como raízes que são cortadas com a violência de um cotel Só queria que libertasses no fundo aquilo que sentes Sem contrações no peito, sem teres de cerrar os dentes Põe de parte o orgulho mano, hoje somos um só Porque amanhã voltaremos a ser cinzas e pó A divisão traz a forca A união faz a força Essa solidão dentro de ti Só espero que ela me ouça A divisão traz a forca A união faz a força Essa solidão dentro de ti Só espero que ela me ouça