Revendo papéis antigos Velhas cartas dos amigos O teu retrato encontrei E ao vê-lo tão desbotado A recordar o passado Confesso a ti que chorei Bem sei, fui eu o culpado Por isto tenho amargado Vagando na solidão Tudo que fiz sem querer Tudo que fiz podes crer Mentindo ao meu coração O mar de franjas e plumas Em gargalhadas de espumas Nas tardes de resplendor Foi testemunha dos sonhos Daqueles tempos risonhos Em que viveu nosso amor Ah, coração chama oculta Que a iluminar mais avulta No altar da minha paixão A santa dos meus amores Nossa Senhora das Dores Da minha desilusão