Jovem como eu, sozinho E sem destino, sempre a caminhar Numa tarde de domingo Nesta cidade, eu notei chegar Todo mundo olhava, condenando as roupas coloridas do rapaz Mas ninguém sabia que dentro do peito havia muito amor e paz Na sua motocicleta, sua mochila e o violão No sorriso refletia, toda bondade do seu coração Mas quem diria que toda essa alegria em breve chegaria ao fim Pois custou-lhe caro o privilégio de viver tão livre o quanto quis O cabeludo chegou O cabeludo chegou O cabeludo chegou E a cidade inteira se apavorou Mas o tempo foi passando E o cabeludo foi se enamorando Linda como a madrugada Era a menina, sua namorada Surge um lance diferente, uma serenata em frente a sua janela Pegou logo o seu violão e foi cantar em versos seu amor por ela Até a Lua enciumada E curiosa pra ouvir, parou Mas alguém não compreendeu Os seus cabelos, nem o seu amor Súbito ouvisse um tiro, um gemido triste na escuridão Violão no chão quebrado, sangue, gritos surgem de uma multidão O cabeludo morreu O cabeludo morreu O cabeludo morreu A noite fria com seu sangue escureceu