Num mundo com tantos loucos lúcidos Tantos lúcidos malucos, né Um grande abraço pro Raul Enquanto você Se esforça pra ser Um sujeito normal E fazer tudo igual Eu do meu lado Aprendendo a ser louco Um maluco total Da loucura real Controlando A minha maluquez Misturada Com a minha lucidez Vou ficar Ficar com certeza Maluco beleza Eu vou ficar Ficar com certeza Maluco beleza Vocês juntos agora Esse caminho Que eu mesmo escolhi É tão fácil seguir Por não ter onde ir Controlando A minha maluquez Misturada Com a minha lucidez Vou ficar Ficar com certeza Maluco beleza Eu vou ficar Ficar com certeza Maluco beleza Eu vou ficar Ficar com toda certeza Maluco beleza Eu vou ficar Ficar com toda certeza Maluco beleza Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon Ói, já é vem, fumegando, apitando Chamando os que sabem do trem Ói, é o trem, não precisa passagem Nem mesmo bagagem no trem Agora todo mundo comigo Quem vai chorar? Quem vai sorrir? Quem vai ficar? Quem vai partir? Pois o trem está chegando, tá chegando na estação É o trem das sete horas, é o último do sertão Do sertão Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas Dos anjos e dos guardiões Ói, lá vem Deus Deslizando no céu entre brumas de mil megatons Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços Com o bem num romance astral Ou Amém Amém (amém) Amém Às vezes você me pergunta Por que é que eu sou tão calado Não falo de amor quase nada Nem fico sorrindo ao teu lado Beleza Você pensa em mim toda hora Me come, me cospe, me deixa Talvez você não entenda, é, é Mas hoje eu vou lhe mostrar Eu sou a luz das estrelas Eu sou a cor do luar Eu sou as coisas da vida Eu sou o medo de amar Eu sou o medo do fraco A força da imaginação O blefe do jogador Eu sou, eu fui, eu vou Agora bem forte comigo todo mundo (Gita! Gita! Gita! Gita! Gita!) Eu sou o seu sacrifício A placa de contramão O sangue no olhar do vampiro E as juras de maldição Eu sou a vela que acende Eu sou a luz que se apaga Eu sou a beira do abismo Eu sou o tudo e o nada Por que você me pergunta? Perguntas não vão lhe mostrar Que eu sou feito da terra De fogo (do fogo) da água (da água) e do ar Você me tem todo dia Mas não sabe se é bom ou ruim Mas saiba que eu estou em você Mas você não está em mim Das telhas, eu sou o telhado Vocês A pesca do pescador (do pescador) A letra A tem meu nome, é Dos sonhos, eu sou o amor Agora bem forte Eu sou a dona de casa Nos pegue-pagues do mundo Eu sou a mão do carrasco Sou raso, largo, profundo (Gita! Gita! Agora todo mundo comigo bem forte, vamo lá Gita! Gita! Gita!) Eu sou a mosca da sopa, é isso ai E o dente do tubarão Eu sou os olhos do cego E a cegueira da visão Ou Mas eu sou o amargo da língua A mãe, o pai e o avô O filho que ainda não veio O início, o fim e o meio Vocês O início, o fim e o meio Eu sou o início, o fim e o meio Eu sou o início, o fim e o meio