O rei da Babilônia Nabucodonosor Em mais um de seus atos De tirano ditador Fez uma estátua De grande estatura E ordenou que toda criatura Que ao se ouvir o som que se tira Da flauta, harpa e da lira Deveria se prostrar Diante dessa imagem E quem não fizesse isso Teria que ter coragem Teria que ser valente Pois seria jogado na fornalha De fogo ardente Ananias, Misael, e Azarias (Que azar ter um nome desses!) Que tiveram os nomes trocados Por outros mais feios, coitados Sadraque, Mesaque, e Abdnego Eram judeus, acusados pelos caldeus De não prestarem adoração À estátua de ouro Pois o seu tesouro Era adorar a Deus, de coração Então Nabucodonosor Com muita raiva e furor Mandou chamar os três E disse: Se vocês Ao ouvir os sons que soarem Seus joelhos não dobrarem Vão se queimar naquele forno Que está pelando, não é morno A fornalha é ardente, muito quente E quem é o Deus que irá socorrer? Vocês irão morrer! Eles responderam: Olhe bem, Senhor Nabucodonosor O Deus a quem servimos É quem pode nos livrar Mas se não, fica sabendo Que não iremos nos prostrar Diante da estátua de ouro Mesmo que arranque nosso couro! Nabucodonosor parecia um touro Mandou aquecer sete vezes mais A fornalha que se aqueceu demais E acabou matando os homens Que os lançaram no forno Porque estavam em torno Mas Sadraque, Mesaque, e Abednego Lançados amarrados na fornalha Estavam soltos, em sossego Ao invés de queimarem feito palha E algo gerou mais espanto Havia mais alguém lá dentro Andando com aqueles judeus E era semelhante ao Filho de Deus! Então o rei ordenou Saiam logo do fogo! E quando saíram, notou Que não tinha se queimado Nem mesmo um fio de cabelo! Deus cuidou com tanto zelo Que não cheirava fumaça Nem a roupa, nem a carcaça Então Nabucodonosor Reconheceu que Deus é Senhor E lançou novo decreto Público, não era secreto Nunca com a língua se ataque Ao Deus de Sadraque e Mesaque Quem falar mal do Deus de Abednego Perderá todo o sossego E àqueles três fez prosperar Naquele reino todo Deus livra sobremodo A quem nele esperar!