Saber que quem pensa não é a cabeça Por mais que pareça saber computar Os nervos do corpo são cabos de modem Que sabem e podem sentir ou pensar Saber que um cachorro entende linguagem Que os seres humanos já nem sabem mais Que falta trabalho pra quem só trabalha E tem muita metralha prá quem pede a Paz… Saber que o olhar da criança colore De imaginário o mundo real E a curva do gume do fio do facão Tem o talhe da curva do canavial Saber que nem todos precisam de terra, Saber que nem todos sabem fazer pão… E um verso vadio feito de repente Retrata pra sempre o que viu no clarão. Eu vi a máquina voadora!!! Saber que os loucos e os visionários São dicionários dos sonhos de Deus, E as almas dos mortos na tribo dos índios São discos luzindo nos céus europeus. O flash da foto reflete na gota De chuva no espinho do mandacaru, E o brilho ilumina poetas que cantam Num pé de parede de Caruarú Unindo os ponteiros da telepatia E a voz invisível do computador Eu cruzo os espaços, eu viro energia Tesão de guitarra, trovão de tambor. A mente se pluga num mundo de arquivos, Memórias binárias, visões digitais, Eletricidade transforma-se em vida E os raios um dia serão animais. Eu vi a Máquina Voadora!!!! Eu vi a Máquina Voadora!!!!