No sertão Quem abre o olho o sol termina cegando Emboscada, sorrateiramente Se ouviu o tiro, faca corta a carne, dor É a tortura do tempo É a tortura do tempo É a tortura do tempo No sertão Quem fecha os olhos, urubu tá chegando Faz promessas, água efervescente Quem ouviu, suspiro, mosca morta, escárnio, dor Mouras dançaram no templo No sertão Quem sangra o bode, deus o mal espantando Terra verde, o gado reluzente Cangaceiro, aboios de vaqueiro cantador É a tortura do tempo