Esta cidade que se alarga Em leque azul de seda e laca Em girassóis de ouro e brasa Em ventanias desatadas Esta cidade me carrega Em mangue cinza e praia acesa Em manga aberta sobre a mesa Em moça aberta sobre a cama Esta cidade que se expande Em praça, várzea e avenidas Em superfícies, cromo e vidro Em rios, sombra e margens nítidas Esta cidade se dilata Vento oleoso derretido Serpente crônica, farrapos Sol em paralelepípedos Esta cidade que se amplia Varal de roupa branca suja Em vila parda no horizonte Em asa branca, rua imunda Esta cidade que se alaga De sol, se espicha, se espreguiça Se vira, ativa, brinca e grita Quando chove fica muda Esta cidade se limita Esta cidade que é de plasma A profecia submersa O homem habita por etapas Ratazanas, cães que ladram