No sertão de Mato Grosso Um berrante repicou Um repique diferente Que a mata balançou Na hora da Ave-Maria A boiada estourou Encheu a estrada de poeira E o gado não passou Com o toque do berrante O cavalo relinchou Com o estouro da boiada O boiadeiro gritou O peão ficou tremendo Quando o barulho escutou Bateu o joelho em terra Pediu pra Nosso Senhor Oh! Meu Jesus poderoso Ao nosso Pai verdadeiro Peço que me dê coragem Pra falar com o boiadeiro Foi atendido na hora Falei com o companheiro Ele respondeu, amigo Eu sou o Chico Mineiro Foi-se o par direito Chico Mineiro não existe mais O senhor deve estar enganado Há muitos anos atrás No sertão de Ouro Fino Em uma festa do divino Ele morreu baleado É verdade, meu amigo Nesta festa do divino Distante dos meus filhinhos Foi tão triste a minha sorte Um homem sem coração Me matou lá no sertão Fiquei devendo uma promessa Em Aparecida do Norte Vou cumprir sua promessa Sua alma vou salvar Oh! Senhora Aparecida Vim aqui te visitar Salvei o Chico Mineiro Mas quero recomendar O toque desse berrante Nunca mais quero escutar