Um berrante silenciou na estrada O boiadeiro do sertão partiu Foi em busca do seu grande amor E bem contente para lá seguiu Esqueceu os companheiros Seu berrante, sua boiada E seguiu pra bem distante Pra rever a sua amada Ele a encontrou na praça Lá no jardim entre as flores Ela nos braços de outro Estavam ofertando amores Parou pensando primeiro Revendo a noiva querida Com o coração sangrando Meditou a própria vida Recordou a sua infância E o lugar onde nasceu Guampa de boi pantaneiro Nunca seu corpo abateu No entanto a mulher amada Igual punhal traiçoeiro Varou o seu coração Num golpe frio e certeiro Refletiu com sentimento E seu revólver puxou E no casal de repente A arma descarregou Mas quando viu a identidade Do homem que ali tombou Era o seu futuro sogro Que o ciúme fulminou Hoje na penitenciária De uma cidade distante Entre as grades cumpre a pena Daquele ciúme infamante E recorda com saudade A boiada e sua aldeia E repica o seu berrante Entre as grades da cadeia