Silveira e Silveirinha

O Xerife Fantasma

Silveira e Silveirinha


Conheci na vila um bandido
Muito destemido e muito ranzinza
Era muito respeitado
Do corpo fechado e gostava de briga

Onde o bandido chegava
No povo espalhava com medo e horror
Ele trazia um rosário de dente
De toda gente que ele matou

Há há há há há
Meu nome é Satã
Venha aqui meu rapaz, como é o seu nome?
Meu nome é Zé
Olha rapaz, esse nome é muito feio, eu vou mudá o seu nome
Com esse pote de água que eu vou te jogá na cabeça você vai ficá batizado
Você é tão feio que até parece um bicho
Então se você é bicho você tem que corrê
Corra que eu vou atirar para matar!

Na vila não tinha delegado
E o tal foi baleado pelo bandido
Mas um dia chegou no povoado
Um homem calado e desconhecido

Pois aquele era o novo xerife
Tinha na mão um rifle, foi entrando no bar
Satã estava sentado na mesa
Tomando uma cerveja e dando tiro pro ar

Há há há há há
Satã, você está preso
Eu sou o novo xerife dessa cidade
Hoje chegou o dia da verdade
Você, delegado, com essa espingarda
Olha xerife, no meu rosário estava faltando um dente
E você veio para completar
Firme delegado, é pra já!

O povo logo foi chegando
E no bar entrando naquele vai e vem
No chão tinha um corpo estendido
Do terrível bandido e de mais ninguém

Só ouviram de fora um estalo
Um tropel de cavalo saindo da cidade
Ninguém conhecia o delegado
Que salvou o povoado da maior crueldade