Mil e quinhentas cabeças De gado selecionado Pro sertão de Mato Grosso Ia sendo transportado Preto velho era o cargueiro Criolo muito estimado Seu patrão era um menino Que cumpria seu destino No transporte do seu gado Os dois seguiam na frente Pra poder domar o gado A boiada estourou Num recanto assombrado O garoto apavorou Foi um barulhão danado Naquela hora de agonia Do cavalo ele caía Pro gado ia ser pisado Mas o peão preto velho Sentindo grande aflição Implorou seu protetor Caiu de joelho no chão Fez ali a sua prece Com seu berrante na mão Com os olhos no infinito Pediu a São Benedito A divina proteção O meu poderoso santinho Estou pedindo a vós mecê Ajude o preto véio Esta batalha vencê Meu nobre sinhozinho Ele não pode morrê Resplandeceu lá das alturas Um clarão tão deslumbrante Entre as centelhas celestiais Foi formando uma cruz brilhante E uma voz misteriosa Falou tão emocionante Daqui do reino celeste Estou te ouvindo neste instante A sua fé foi profunda No momento delirante Seja forte, ó preto velho Pois repique o seu berrante Com o toque do berrante O gado todo acalmou Olhando pro céu azul Toda a boiada parou O garoto bem depressa No seu cavalo amontou Vendo o milagre divino Salvando aquele menino O preto velho chorou Obrigado meu Deus Obrigado São Benedito Meu sinhozinho está salvo Preto véio tá contente Obrigado Meu Senhor Muito obrigado Esse véio tá contente Obrigado, muito obrigado