Minha alma chamameceira Solfeja notas em assovio E eu perco a noção das horas Ponteando o pingo em noites de frio Saudades da terra boa, Cheiro de mato, costa de rio É a tristeza que se achega Chaira sua faca, aumentando o fio Por que será que se parte? Por quantas vezes me perguntei Ganhei o mundão por diante Buscando os sonhos que inventei É preciso andejar muito Pra descobrir o que agora sei Coisas que tinham valor Com o passar do tempo, hoje já não têm É estranho esse sentimento De amor profundo por nosso chão Fica guardado no peito Bem lá no fundo do coração E quando menos se espera Vem desaguar na foz da emoção Vem me sofrenando a alma E a saudade cobra recordação O rio dos olhos se inunda Sai do seu leito, campo afora vai Levando tudo por diante Feito as enchentes do Uruguai Um verso amigo se achega Pra enxugar o pranto que do rosto cai O peito transborda mágoa E a garganta arde num Sapucaí