Entre o véu da fumaça que respiro Bebo minha cachaça, eu que me fira No açoite, saudade que se estira Pela noite de festa me atiro Disse que me detesta, foi um tiro Era a prova de chumbo a minha capa Disse que não me ama, foi um tapa Pra marcar no meu rosto a minha dor Mato o tempo matando o meu amor Pelos bares onde a razão me escapa Esse desejo que hoje me machuca Já usei pra deixá-la muito louca Pus a língua dentro de sua boca Lambuzei de saliva a sua nuca Antes de me deixar lelé da cuca Do meu corpo ela copiou o mapa Depois que nossa história virou papa Não largo o meu mingau viajador Mato o tempo matando o meu amor Pelos bares onde a razão me escapa Desde o dia em que eu a perdi de vista Que ela disse se vista e vá 'simbora' Que eu vago pela madrugada afora Com meus passos de errante equilibrista Ela tirou o meu nome da lista Minha vida desceu pela caçapa Me camuflo nos cortiços da lapa Pra esconder da manhã a minha cor Mato o tempo matando o meu amor Pelos bares onde a razão me escapa