O tear do abandono Teceu todo meu futuro Largos vazios sem muros Linhas tortas e sem dono Quando me pego em apuros Nem céus ou quartos escuros Podem perturbar meu sono Vi a peleja do tempo Namorar com a incerteza Viajei na correnteza Trazido nos pés do vento Se meu canto tem tristeza Deixo sempre uma vela acesa Pra espantar o esquecimento No ermo onde a sombra se esconde Finquei meu olhar no firmamento Eu venho de muito, muito Muito, muito longe... renascer Deixei pra trás os meus montes Sem saber do meu destino Fui no breu do desatino Me banhar em outras fontes Feito riso de menino Que se agarra com o divino Pra atravessar a ponte Meus quintais Céu azul Meu lugar é sempre onde Cabe o meu desassossego