Tá fechano sete tempo Qui mĩa vida é camĩá Pulas istrada do mundo Dia e noite sem pará Já visitei os sete rêno Adonde eu tĩa qui cantá Sete didal de veneno Traguei sem pestanejá Mais duras penas só eu veno Ôtro cristão pra suportá Sô irirmão do sufrimento De pauta véa c’ũa dô Ajuntei no isquicimento O qui o baldono guardô Meus meste a istrada e o vento Quem na vida me insinô Vô me alembrano na viage Das pinura qui passei Daquelas duras passage Nos lugari adonde andei Só de pensá me dá friage Nos sucesso qui assentei Na mĩa lembrança Ligião de condenados Nos grilhão acorrentados Nas treva da inguinorança Sem a luiz do grande rei Tudo isso eu vi nas mĩa andança Nos tempo qui eu bascuiava O trecho alêi Tô de volta já faiz tempo Qui dêxei o meu lugá Isso se deu cuano moço Qui eu saí a percurá Nas inlusão qui hai no mundo Nas bramura qui hai pru lá Saltei pur prefundos poço Qui o tĩoso tem pru lá Jesus livro derna d’eu moço Do raivoso me paĩá Já passei pur tantas prova Inda tem prova a infrentá Vô cantando mĩas trova Qui ajuntei no camĩá Lá no céu vejo a lũa nova Cumpaĩa do istradá Ele insinô qui nóis vivesse A vida aqui só pru passá Qui nóis intonce invitasse O mau disejo e o coração Nóis prufi asse pra sê branco Inda mais puro Qui o capucho do algudão Qui nun juntasse dividisse Nem negasse a quem pidisse Nosso amô o nosso bem Nossos terém nosso perdão Só assim nóis vê a face ogusta Do qui habita os altos céus O piedoso o manso o justo O fiel e cumpassivo Sĩô de mortos e vivos Nosso pai e nosso Deus Disse qui haverá de voltá Cuano essa terra pecadora Marguiada in transgressão Tivesse chêa de violença De rapina de mintira e de ladrão